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MÉDICOS SOFREM INTERFERÊNCIA DOS PLANOS NO ATENDIMENTO AOS PACIENTES, APONTA PESQUISA

Levantamento, divulgado no último dia 31, revela que mais da metade dos profissionais afirmam sofrer pressão das operadoras das quais são credenciados, até mesmo, para antecipar altas hospitalares


Pesquisa divulgada, na última quinta-feira (31), pela Associação Médica Brasileira (AMB), aponta um dado um tanto quanto preocupante no que diz respeito ao atendimento aos usuários de planos de saúde: é que, pelo menos, metade dos médicos ouvidos afirmam já terem sofrido pressão das operadoras para prejudicarem os pacientes – 53% deles revelaram ter havido tentativas ou interferências para alterar tratamentos prescritos. Segundo 12,2% deles, o fato ocorre com frequência.


O levantamento aponta, ainda, a dificuldade dos médicos para internar pacientes: 51,8% deles afirmam haver esse entrave (6,7% com frequência). Mais da metade dos profissionais também diz sofrer ou já ter sofrido pressão, dos planos de saúde, para antecipar a alta de segurados (situação esta frequente para 13,6% dos ouvidos).


“É bem comum, infelizmente, a gente se deparar com esse tipo de situação. Há médicos de determinados planos que, quando se trata de um procedimento mais caro, não pedem. Muitas vezes, o paciente tem que recorrer a um profissional particular para conseguir um laudo e, assim, poder entrar com uma ação (na Justiça) para que o plano cubra, já que o médico credenciado daquela operadora não quer dar”, denuncia Flávia Ramos, coordenadora jurídica da Aduseps.


Entre os procedimentos não prescritos, mesmo necessários aos pacientes, estão, segundo Flávia, desde implante de próteses, cirurgias mais caras, até o chamado “Home Care” (acompanhamento médico domiciliar). “Já vimos casos de o paciente sofrer dificuldade até para receber um laudo de que necessita daquilo, porque há um custo maior para eles (plano). Quando se há uma rede própria, não é tão caro manter um paciente num hospital (em relação ao tratamento em casa)”, acrescenta a advogada, que concorda que essas negativas de prescrição são, de fato, devido a pressões por parte das operadoras.


“Como o médico é quem cuida do paciente, o acompanha, estudou para isso, ele, de fato, sabe o que aquela pessoa precisa, se é de um internamento, de uma prótese, de um medicamento, de um procedimento cirúrgico. Ele tem autonomia e é o qualificado pra dizer se o segurado tem a necessidade ou não daquilo, não deveria caber ao plano (interferir nisso)”, completa Flávia.


A pesquisa também aponta um alto índice de abandono dos tratamentos, pelos pacientes, em razão da alta mensalidade dos planos – 88,3% dos médicos entrevistados afirmaram o fato. “Já pagamos muito caro por um plano de saúde, mesmo jovens, e pagamos, muitas vezes, sem usar, o que gera muto lucro para as operadoras. Não é justo que, no momento em que mais se precisa, o cidadão sofra essas dificuldades”, lamenta Flávia.


O levantamento foi realizado pela AMB em parceria com a Associação Paulista de Medicina (APM) e ouviu 3.043 profissionais por meio da plataforma “Survey Monkey”, entre os dias 25 de fevereiro e 09 de março deste ano.

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