“Agora, em janeiro, assim que virar o ano, vamos ter a ‘felicidade’ de pagar, além do reajuste de 2020, mais os quatro meses (em que o aumento foi suspenso), divididos em doze parcelas e, quando chegar o aniversário do contrato, teremos mais um reajuste anual. Quem vai conseguir pagar isso? Como vamos suportar permanecer nos planos de saúde?”
Foi com essas palavras que a fundadora e coordenadora executiva da Aduseps, Renê Patriota, avaliou o verdadeiro caos que está prestes a bater à porta de milhões de brasileiros dentro de alguns dias, tão logo chegar 2021. É que as operadoras de planos de saúde, com a permissão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), irão aplicar nos contratos tanto o reajuste referente ao corrente ano quanto o retroativo referente aos quatro meses em que o aumento fora suspenso – valor esse que será diluído em doze parcelas. Por fim, no aniversário de cada contrato, será aplicado, ainda, o reajuste anual referente a 2021.
Enquanto isso, último boletim divulgado pela ANS apontou um lucro, nos últimos meses, de R$ 30 bilhões pelas operadoras, o que se deu, em boa parte, pela pouca oferta dos serviços médicos durante a pandemia – em razão de adiamentos e cancelamentos de procedimentos. “Os hospitais só abriram as emergências. As clínicas, laboratórios, cirurgias eletivas, nada funcionou”, lembra Renê. O consumidor, porém, terá que pagar a conta, mesmo assim.
Confira entrevista completa, veiculada na edição de hoje (29) do jornal Record News, na qual a médica e advogada avalia o impacto dos aumentos na vida dos brasileiros.
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