Grupos de estudo alertam que proposta de “integração entre saúde suplementar e SUS” pretende, na verdade, subsidiar o mercado por meio de recursos da saúde pública.
Por Assessoria de Imprensa Aduseps
Dois grupos de pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgaram, ontem (05), um documento que alerta os brasileiros acerca de uma consulta pública lançada no último dia 30 pelo Ministério da Saúde, que trata da “Política Nacional de Saúde Suplementar para o Enfrentamento da Pandemia da Covid-19”. É que, de acordo com os especialistas, o objetivo da proposta do Governo é garantir a ascensão do mercado da saúde suplementar e um avanço significativo na privatização do Sistema Único de Saúde (SUS).
O documento, que tem por título “Planos de Saúde tentam ‘passar a boiada’ em plena pandemia”, faz uma análise minuciosa de cada trecho da proposta e informa que “no lugar de medidas para fortalecer o SUS e reduzir mortes por Covid, o Governo decidiu atender velhasdemandas do setor privado assistencial e lançar uma política para o crescimento do mercado dos planos de saúde”. Os pesquisadores alertam, ainda, que o texto da consulta pública é “nitidamente favorável aos interesses privados”.
Entre as críticas à proposta do Governo está à da sugestão de uma “integração entre setor de saúde suplementar e sistema público de saúde”, o que, segundo os especialistas, nada mais é do que a utilização dos recursos públicos para subsidiar a oferta e a demanda de planos privados e o financiamento, pelo SUS, de ações, tratamentos e medicamentos de alto custo para usuários da saúde suplementar.
A consulta pública do Ministério da Saúde, de acordo com os dois grupos de estudo, defende uma integração entre saúde suplementar e SUS ao mesmo tempo em que oculta práticas das operadoras durante a pandemia como a aplicação de reajustes abusivos, negativas de testes para Covid e a falta de esforços para unificação de leitos de UTI.
Leia, na íntegra, o documento, assinado pelo Grupo de Estudos sobre Planos de Saúde (GEPS), da USP,e Grupo de Pesquisa e Documentação sobre Empresariamento na Saúde (GPDES), da UFRJ.
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