“A ANS está, agora, sem saber o que fazer”
- Assessoria de Imprensa
- 16 de jul. de 2020
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Coordenadora executiva da Aduseps analisa, em entrevista, prática da Agência Nacional de Saúde Suplementar em recorrer de liminar e, agora, convocar reunião para definir futuro da cobertura dos testes sorológicos para Covid-19.
Em entrevista, na manhã de hoje (16), ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal do Commercio, a coordenadora executiva da Aduseps, Renê Patriota, falou sobre a suspensão da liminar que obrigava a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a incluir no rol de cobertura dos planos de saúde os exames sorológicos de IgG, IgA e IgG para Covid-19. A médica e advogada criticou a prática do órgão regulador em recorrer de uma decisão que era a favor dos consumidores: “entrou com um Agravo de Instrumento quando ela própria deveria já ter incluído os exames na sua resolução, independentemente de ação judicial”, afirmou.
Renê lembrou aos ouvintes que, apesar da liminar cassada, os planos de saúde devem continuar, pelo menos por enquanto, a cobrir os testes, uma vez que a ANS ainda não alterou a Resolução Normativa que trata do assunto – o que só poderá ocorrer após Reunião Colegiada. “A ANS está, agora, sem saber o que fazer. Se cumprir a ordem da Justiça, terá que tirar do rol, mas vai ficar feio pra ela perante toda a população brasileira. Então, a melhor saída pra ela é fazer uma reunião”, considera.
A coordenadora executiva da Aduseps adiantou que a entidade irá protocolar, amanhã (16), um recurso contra a suspensão da liminar, para que os consumidores de planos de saúde de todo o país permaneçam com a garantia da cobertura dos testes sorológicos. “entraremos com recurso amanhã, já que hoje é feriado. Confiamos na Justiça e esperamos bom censo de todos”, finaliza.
Saúde Pública em Pernambuco
Também foi destacada, na entrevista, a situação da saúde pública em Pernambuco, quando Renê lembrou um caso emblemático ocorrido dias atrás e que, felizmente, teve desfecho positivo graças a uma ação judicial proposta pela Aduseps. “Uma paciente com problemas cardiológicos foi levada para um Hospital de Campanha, não tinha Covid. Para poder transferi-la para um hospital convencional foi preciso entrar com ação na Justiça. Veja que barbaridade. Uma idosa ser jogada num hospital de infecção por Coronavírus quando não tinha, imaginem o desespero da família”, denunciou a médica e advogada.
“Tem também a questão de medicamentos e consultas. Recebemos reclamação de paciente que precisa marcar endocrinologista, para fazer a regularização da Insulina, e só tem vaga pra ser atendida no fim de agosto. A gente está sempre nessa luta, há 24 anos, e é lamentável ter todo dia que ver essa situação”, lamenta Renê.
Confira entrevista completa:
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